segunda-feira, 25 de maio de 2015

Duas ou três coisas sobre Mad Men que eu deveria ter dito antes




Mad Men não é uma série fácil. Não é aquela coisa que te pega pelo pé na primeira cena. Admito que, em um primeiro momento, fiz cara feia e larguei a série nos primeiros 10 minutos, que são, basicamente, os minutos em que Joan Harris conduz Peggy Olson até aquele mundo que a tragará para sempre. É impossível fazer um review (ou coisa que o valha) de toda a série. Não sou capaz de escrever sobre cada episódio, provavelmente, porque não teria saco e me entediaria de fazê-lo a partir do segundo texto crítico. Resolvi escrever, no calor do último episódio, porque acho que tal obra-prima merece estar eternizada no meu humilde e nada famoso blog.

Eu não saberia dizer a alguém o motivo certo para assistir Mad Men. Há vários. O que mais chama atenção e, obviamente, o motivo pelo qual acompanhei a série obstinadamente, são as maravilhosas personagens femininas. Não diria e nem colocaria na série o quesito “feminista”, embora isso esteja evidente. Justamente, é evidente e não se precisa falar disso pra além do óbvio. A sutileza das relações machistas são tão bem feitas, de forma tal que, em nenhum momento, a série parece ser didática sobre feminismo. A questão é dada, cuspida na nossa cara e nos deixa regurgitando as proezas machistas dos homens da série. Desse modo, posso tentar convencer meninas como eu, sedentas por séries que retratem o que falamos e discutimos todos os dias, a assistirem Mad Men. Porém, não seria suficiente e seria simplório.


Mad Men retrata uma época de mudanças sociais e políticas extremamente significativas, na história estadunidense e mundial (por que não?). Portanto, pra além dos feminismos retratados na série (feminismos, no plural, pois o feminismo da Joan e da Peggy são coisas bem diferentes, por exemplo), existem conflitos raciais, conflitos de classe e, ainda, conflitos adolescentes (obrigada, Sally Draper). Nesse caso, se quiseres um retrato complexo de uma sociedade patriarcal e cheia de preconceitos em queda-livre, assista Mad Men. Porém, esteja preparado: Mad Men não faz concessões e Don Draper vai te fazer sentir pena e ódio dele ao mesmo tempo, talvez no mesmo episódio. Portanto, sim, eu diria que se tu queres seres humanos complexos e extremamente contraditórios, assista Mad Men. AGORA.  

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